quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

HARRY POTTER E A ORDEM DA FÊNIX


Novo filme do bruxo inglês é melhor, novamente, que o anterior.

O que a franquia de Harry Potter tem de melhor e diferente em relação a várias outras é a sua capacidade de amadurecer e aprender. Cada filme, desde “A Pedra Filosofal”, consegue corrigir aquilo em que o anterior errou. Por exemplo, um dos grandes erros do primeiro foi ter sido fiel ao extremo com o livro e evitar as necessárias adaptações. A “Ordem da Fênix” não comete este e outros erros. O apelo ao público infantil foi moderado (mas ainda existe, apesar do que alguns críticos vêm afirmando), isso pode ser conferido na surpreendente cena inicial, que oferece uns ótimos sustos e um excelente nível de realismo. A atuação dos atores que crescerem fazendo a série melhorou bastante. Daniel Radcliffe conseguiu transmitir bem a mudança do personagem. No entanto, tal mudança não é tão marcante no filme quanto no livro, porém, creio que isso é mais por culpa dos produtores que do ator: no livro, Harry está mais antipático do que nunca, gritando e brigando sempre com todo mundo, o que não agradou muito os fãs, daí a decisão de diminuir um pouco o tom disso no filme. O novo longa também não tem como arma principal o deslumbramento que víamos constantemente pelos olhos de Harry para com as surpresas do mundo mágico (contudo, isso também ainda se faz presente no filme). “Ordem da Fênix” é também um filme interessante porque fala sobre repressão política e subversão, um tema bem verossímil, e temos a chance de ver Harry assumindo um papel de líder. Alguns críticos alegam que o filme abandonou completamente o humor e se tornou mais sombrio, isso não é verdade, talvez para o livro sim, mas não para o filme. Por mais que o filme realmente possua um tom mais sombrio e carregado, o humor ainda permanece, entretanto, também moderado e simplesmente ótimo. A atriz veterana Imelda Stauton está deslumbrante no filme com sua Dolores Umbridge cínica e odiável; aliás, uma coisa que se tem que admitir sobre os filmes de Harry Potter é o seu elenco de atores maduros de altíssimo nível, todos com atuações excelentes, apesar das poucas falas. As cenas de ações finais são bem legais porque pela primeira vez Harry faz mesmo alguma coisa, e não só ele, já que vemos uma batalha de bruxos contra bruxos, em que Harry lidera um pequeno exército. Uma das inovações mais bacanas do filme com relação ao livro são os momentos de “aparatações” (teletransporte) dos bruxos mais velhos nessa cena de batalha, visto que a maneira como as aparatações são descritas no livro podem funcionar bem lá, mas no filme com certeza ficariam sem graça. O filme contém, porém, alguns poucos erros de continuidade, afinal, trata-se de uma adaptação de um livro com mais de 700 páginas, o maior da série. Todavia, tal fato não chega a atrapalhar o entendimento da trama para quem não leu o livro. “Harry Potter e a Ordem da Fênix” mostra que nem todas as continuações devem ser simplesmente caça-níqueis sem vigor e inventividade.


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