quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

HOMEM-ARANHA 3



O novo filme do Aranha não supera as expectativas, mas cumpre a sua função.

A trilogia dos filmes do Homem-Aranha desponta como a 2º melhor da década, pois não conseguiu alcançar a marca do Senhor dos Anéis. A trama do terceiro filme funciona, diverte e empolga, mas não chega a emocionar. Não que Sam Raimi cometa os mesmos erros vistos em Batman & Robin: apesar do número maior de vilões (Novo Duende, Homem Areia e Venom), cada um tem o seu papel bem definido e relativamente bem explorado, sem que isso ofusque, contudo, o próprio personagem título ou mesmo seu alter ego. Muito pelo contrário, Peter Parker (Tobey Maguire) continua sendo o mesmo personagem carismático, problemático e, por isso mesmo, adorável de sempre. Nunca deixamos de torcer por ele, mesmo quando a influência negativa do simbionte alienígena o deixa mais sombrio (a despeito de também o deixar incomodamente mais idiota, e com um tosco visual emo), visto que, com isso, ele só se torna ainda mais humano. Além do mais, Tobey Maguire é, definitivamente, o Homem-Aranha, mesmo que o ator quisesse não conseguiria fazer com que o personagem não desse certo. O filme não chega a ser, entretanto, excelente, devido aos constantes efeitos de “medo da câmera” ocorridos durante as (poucas) cenas de ação, isto é, o expectador não consegue acompanhar os movimentos das lutas do herói (mas nada que uma inevitável segunda sessão não resolva): os combates se desenrolam numa velocidade alucinante demais e, muitas vezes, quase fora do quadro, algo infelizmente bastante comum em filmes de ação covardes e preguiçosos, afinal, quanto menos você mostrar, menos motivos terá para ser criticado. É claro que os personagens exigem uma grande agilidade nas cenas de ação, no entanto, nos dois primeiros filmes, tínhamos essa agilidade, mas, ainda assim, podíamos perceber e entender o que estava acontecendo (a primeira e segunda luta com o Dr. Octopus ainda é insuperável!). É provável que isso seja reflexo da saída de John Dykstra da coordenação dos efeitos especiais para esse terceiro filme. Contudo, as batalhas conseguem divertir, principalmente por conta da variedade de vilões que proporcionam momentos mais diversificados. O romance entre Peter Parker e Mary Jane (Kirsten Dunst) continua rendendo ótimos momentos frente às novas dificuldades encontradas pelo casal e pela inegável química existente entre Maguire e Dunst. Quem se destaca de maneira extraordinária é James Franco com seu Harry Osborn psicologicamente atribulado e dividido entre seu desejo de vingança contra o Homem-Aranha e sua amizade por Peter Parker.O Homem Areia (Thomas Hayden Church) e Venom (Topher Grace) dão um show à parte. O visual de Venom, porém, acaba sendo pouco explorado no longa, um triste efeito do famigerado “medo da câmera” supracitado. O desenlace do filme deixa um pouco a desejar, mas nada que estrague completamente o show. Não conseguimos nos emocionar realmente com todos os aspectos dramáticos de Homem-Aranha 3, no entanto, saímos do cinema com uma estranha sensação de vazio, um anuncio da saudade que esses personagens com certeza nos deixarão caso o quarto filme não venha à luz (com o mesmo elenco e equipe).

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