quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

QUARTETO FANTÁSTICO E O SURFISTA PRATEADO



O segundo filme da família de heróis supera o primeiro, mas ainda se mantém preso ao apelo infantil.

Seguindo a fórmula já padronizada nas grandes franquias hollywoodianas, o segundo filme do Quarteto consegue ser bem melhor do que o primeiro (o problema sempre está no terceiro filme). A trama gira em torno da chegada de uma entidade cósmica na Terra: o Surfista Prateado, que anuncia o iminente fim do mundo. O sucesso da técnica utilizada para criar o Surfista é o ponto alto do filme (além da volta de Jéssica Alba como a Mulher-Invisível, é claro). Tim Story chamou o estúdio Weta (também responsável por dar vida ao Gollum) para, a partir da atuação de Doug Jones (que também está por baixo da pele escamosa de Abe Sapien em “Hellboy” e do Fauno no “Labirinto do Fauno”) animar um dos personagens que se destaca entre os mais realistas elaborados em CGI. A personalidade misteriosa e a voz marcante do Surfista (Laurence Fishburne, “O Morfeu”) também roubam a cena no filme. Contudo, “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado” peca pelas poucas cenas de ação realmente empolgantes, o excesso de piadas, as delongas com a preparação do casamento de Reed e Sue, os efeitos tipo “Tom e Jerry” usados em algumas cenas do Dr. Fantástico, a fraca subtrama envolvendo o Tocha, e, principalmente, o desperdício com um dos vilões que, juntamente com o Magneto, mais enobrecem a galeria de vilões do universo Marvel: o Dr. Destino. A voz do ator que interpreta Destino é por demais “fraca” e não carrega todo o orgulho e soberba que o personagem exige (mas, quando ele volta a usar a máscara, a coisa dá uma melhorada). Ademais, a rivalidade de Destino com Reed é o que mais movimenta e enriquece a trama nos quadrinhos. Mas, no longa, isso não aparece, e o vilão acaba ficando sem uma motivação que realmente o torne singular e interessante. Fora tudo isso, quem, como eu, gostaria de ver o Surfista protagonizando cenas de ação espetaculares, decepciona-se: os grandes momentos do personagem acontecem simplesmente com ele...surfando. Seu mestre, Galactus, apesar das declarações contrárias de Tim Story para a imprensa, não passa mesmo de uma nuvem. O derradeiro confronto entre o Surfista e o Galactus não possui, ao meu ver, qualquer sentido. A sensação que temos é que os roteiristas não tinham a mínima idéia de como terminar a trama, e daí inventaram um final estapafúrdio. Todavia, o filme ainda diverte. Os problemas que Tocha tem com seus poderes, levam-no a uma cena de ação final bem bacana entre ele e o Destino (apesar disso acabar de vez com as chances da equipe toda se envolver numa grande cena de batalha ainda aguardada), além de momentos bem engraçados com o resto da equipe e... bem, temos o Surfista, ora! Personagem que, provavelmente, terá uma aventura solo!

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